quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Vitamina D

Uma nova corrente de pesquisadores diz que a recomendação de ingestão diária de vitamina D, usada como referência pelos médicos, é desnecessária. Sauna quais são os valores usados atualmente como referência.
A sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) publicou em 2014 um documento reunindo as evidências sobre os usos e indicações da vitamina D. As diretrizes não indicam o exame para população em geral, apenas para pessoas que vivem confinadas, como idosos com dificuldade de locomoção, pessoas com problemas de absorção de nutrientes ( caso de quem passou por cirurgias de redução do estômago, por exemplo) ou que tenham problemas ósseos. Na prática, não é o que tem acontecido. “ Temos visto uma epidemia de um exame que é caro e cujo custo, ainda que coberto pelo convênio, é dividido por todos os associados.” – Sérgio Maeda – Professor Universidade de São Paulo – Unifesp.
Muitos médicos passaram a pedir a dosagem talvez pressionados pela avalanche de estudos, mas também cientes de que a melhor fonte de vitamina D, é o sol, é remédio escasso das grandes cidades. A exposição da população diminuiu, assim como aumentou o uso de protetores solares. Boa notícia para evitar o perigoso câncer de pele, mas prejudicial para absorção da radiação e consequentemente, a fabricação natural da vitamina D. Portanto custo do exame e quando o resultado sugere um nível não adequado ( gastos com reposicao ) e  mais uma polêmica – qual o nível adequado de vitamina D?
Não há consenso entre as instituições médicas. A academia Nacional de Medicina os Estados Unidos, referência internacional na prática médica, diz que desejável manter a marca de 20 ng/ml para obter melhores benefícios para os ossos, como evitar fraturas. As sociedades de endocrinologia, tanto a brasileira quanto a americana, usam o parâmetro maior, de 30 ng/ml, para garantir a saúde óssea. Para adensar a discussão, um grupo de pesquisadores publicou em novembro de 2014, no New England Jornal If Medicine, dizendo que ambos os níveis,  tanto os sugeridos pela sociedades de endocrinologia quanto pela academia de medicina, são exagerados.
De acordo com os mesmos, cada pessoa tem uma necessidade diferente de vitamina D: por razões genéticas e ambientais que ditam o ritmo do metabolismo,  algumas precisam mais, outras de menos. Por isso, os especialistas costumam usar como recomendação geral de consumo um valor mais alto, que seja capaz de suprir as necessidades  até de quem precisa do maior nível do nutriente. Os estudos de referência estimam que metade da população precise de um ni no sangue de até 16 ng/ml de vitamina D – o equivalente a absorção entre 400 e 600 unidades do micronutriente por dia, dependendo da faixa etária. Para a garantir que a outra metade da população, que precisa mais do que isso, seja contemplada, os especialistas fixaram como nível mínimo de vitamina D um valor mais alto, acima de 20 ng/ml, equivalente a absorção de 600 a 800 unidades do micronutriente, dependendo da idade. Esse valor garante que as necessidades de até 98% da população seja contemplada. Simplificando o raciocínio, isso significa que, nos exames de dosagem, a necessidade máxima de Vit. D virou a mínima. Por isso, não é difícil entender por que tanta gente precisa suplementar a vitamina. “ essa abordagem classifica erroneamente como deficiente a maioria das pessoas cujas necessidades nutricionais já foram supridas”, escrevem os autores do estudo, liderado pela epidemiologista americana Jô Ann Manson, da Escola de Saúde da Universidade Harvard. “ isso cria uma aparente pandemia de vitamina D”.
Não há dúvidas de que existam deficiências graves de vitamina D. Valores abaixo de 12,2 ng/ml estão associados ao enfraquecimento dos ossos em crianças, o chamado raquitismo, ou em adultos, a osteomalacia. Mas estão restritos a grupos pequenos e são cada vez mais raros em países em desenvolvimento. Estudos de campo feitos no Brasil sugerem que os níveis médios entre grupos variam em função do estilo de vida e de acordo com o lugar em que as pessoas moram, em razão da incidência solar. Entre pacientes internados em instituições e, portanto, menos expostos ao sol, um levantamento chegou a média de 14,4 ng/ml
 Entre jovens moradores de São Paulo, que não tomam nenhum suplemento, o resultado foi 31,2 ng/ml.
Portanto é muito difícil saber qual é a dosagem norma da vitamina D para uma pessoa. Além de existir referências diferentes na literatura, os valores mudam de acordo com a época do ano e com a latitude que a pessoa mora.

A vitamina D não oferece riscos adversos quando ingeridas em baixas dosagens, mas pode provocar consequências graves se tomadas em doses altas por um longo período. Ela aumenta os níveis de cálcio no organismo, o que pode provocar problemas no coração e até perda da função renal. Já há relatos de que a intoxicação por vitamina D aumentou nos últimos anos. O mais seguro talvez seja garantir uns minutinhos ao sol pela manhã ou no final da tarde. E aumentar a frequência de peixe no cardápio. “A grande maioria das pessoas não precisa de medicamento” diz Trujillo, da SBEM. “ Elas podem se beneficiar de mudanças no estilo de vida”. 

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